domingo, 31 de julho de 2011

Desenho - Sivirinu





"Torto, disforme e irregular; são atributos que compõem o estilo-bosta." Sivirinu.

Pessoas Quebradas - Karina Oliveira


Artistas são pessoas quebradas, suas percepções peculiares - deturpadas ou aguçadas, não sei, - os tornam assim, vêem as coisas diferentes. O que pra todos na rua é apenas um borrão, para o artista não, nunca é apenas um borrão. Aquele artista ao se deparar com aquele borrão se incomoda, o odeia, o entende, aquilo não é um borrão, é vida ou não, ele quer destruir aquele borrão, ele o ama, ele é vivo, mas deveria estar morto, ele é morto, mas deveria estar vivo, ele não é um mero borrão, ele é algo.

Mas naquela multidão ninguém percebe aquele solitário borrão, passam ocupadas demais, imbecis demais e ignoram aquele belo borrão, mas não aquele artista, este o compreende, mas mesmo com o artista apontando, suplicando com os olhos, ainda são incapazes de ver aquele borrão, então o artista grita, suplica, implora, NOTEM AQUELE BORRÃO, O ENTENDAM, AMEM-NO, ODEIAM-NO, O PERCEBAM, mas o efeito é inverso, depois disto qualquer possibilidade daquele borrão ser notado se extinguira, seu destino fora selado, pois todos olham o artista, agora só o percebem , mas ainda continuam a ignorar sua mensagem, se não fosse pelos julgamentos o artista também seria ignorado e talvez nessas condições seria melhor se fosse, pois eles só vêem loucura, assim como são incapazes de compreender o borrão também o são em relação ao artista.  

Então aquele artista percebe que ninguém notará aquele borrão e então se desinteressa por viver em uma realidade onde aquele borrão é desconsiderado e conviver com pessoas com uma percepção tão pobre e então se junta ao borrão, agora não são mais artista e borrão solitários, são artista e borrão. Diante daquele borrão ele percebeu que mesmo com as pessoas ignorando-o ou mesmo o desprezando, aquele borrão continuava sendo o mesmo, espera, espera, não, não, aquele borrão nunca era o mesmo, ele assim como o artista, era quebrado, logo, não podia nunca ser o mesmo, pois ser quebrado faz com que seus cacos nunca estejam no mesmo lugar, ser quebrado não é ser incompleto, é ser mutável, é ser renovado a cada momento e isso era impossível para as pessoas coladas. Ele sabia que aquele borrão, se pudesse riria das pessoas que passavam, pois mesmo inanimado, era mais vivo que a maioria dos seres supostamente animados que por ali passavam e então ele riu pelo borrão, o borrão pareceu entender e rir junto com ele.

Ás vezes, só ás vezes outros quebrados viam o artista e o borrão e por um tempo se juntavam a eles e a quantidade de quebrados era proporcional a perplexidade que estes causavam pela sua simples presença, mas paralelo a isso a cada olhar de represália estes se compreendiam ainda mais, não que isso os tornassem menos quebrados,pois ás vezes ser quebrado doia, os cacos parecem pontiagudos e fatais, os tornam impotentes,além da dificuldade de achar outros quebrados e ás vezes mesmo com outros quebrados se sentem quebrados solitários,ás vezes queriam ser tão colados quanto aos demais e não perceber nada demais naquele borrão e nada demais em tudo, aquele artista percebeu que assim o borrão se sentia, pois ás vezes era menos cintilante, nem sempre tão forte, ás vezes ele se incomodava com os colados, por serem tão... tão... colados e isso quase fazia com que perdesse pedaços, mas então ele resistia e seus pedaços se bagunçavam novamente, renovados e então sentia-se feliz por ser quebrado e completo.

Mas nem todos quebrados eram iguais a eles, havia também os quebrados incompletos, que se ocupavam demais tentando achar os seus pedaços perdidos e por isso eram incapazes de fazer qualquer outra coisa, era uma espécie intermediária, pois apesar de quebrados, por vezes agiam como os colados, não tinha a liberdade dos quebrados e ele não gostava desses incompletos, pois eram mais próximos dos colados dos que dos outros quebrados.

Durante tais devaneios um raio reluziu no borrão, mas isso não podia acontecer, pois aquele borrão não era de material reluzente, mas então aquele artista viu que aquele borrão era feito de vidro, vidro espelhado, aquele borrão, aquele borrão, era ele. Ele era o borrão, ignorado, desprezado, mutável e quebrado, se sentiu meio deslocado, tudo girava e rápido, era muito informação, era tudo novo e tudo em pedaços, ele era um borrão e ele era um quebrado, mas então, ele olha aquele borrão que agora não é mais um borrão e olha os outros que assim como eles são quebrados e perdidos, então tudo parou de girar, porque ele realmente não se importava com os colados ou com os incompletos,pois esses eram presos e ele era um quebrado e era livre, seus cacos pertenciam só a si, era um maldito quebrado e isso era perturbador e igualmente belo e aqueles outros quebrados o fazia perceber que não estava só, então seus pedaços estavam se movendo rapidamente, era um verdadeiro caos, ele era um novo ser, totalmente quebrado, então ignorou os colados e gritou e então juntamente com aqueles outros quebrados, correram, sem rumo, motivo ou pressa, os colados olharam com espanto e desprezo para aqueles vagabundos, mas os quebrados não se importavam, continuaram a correr e a celebrar o quão eram quebrados e por conseqüência o quanto eram livres. 

Fotografias - Ianê Arantes





(Clique na imagem para ampliá-las)

Em um festival - Gustavo Samuel


Com a guitarra nas mãos, fazendo os dedos dançarem sobre as cordas e levando toda aquela gente a uma espécie de nirvana punk, ele se sentia poderoso, importante, espetacular. Quando estava em cima de um palco, era feliz.
Fora dali, a vida era um tanto quanto dura. Ralava para conciliar universidade, trabalho, música.  Queria muita coisa, mas se contentava em continuar a ser o que era: feliz. Seu objetivo era chegar ao máximo do seu máximo: ser um músico de sucesso, ter o emprego dos seus sonhos e até mesmo uma família. Queria também, como todo jovem com um mínimo de consciência, lutar por um mundo melhor e por isso queria que quando fosse velho, continuasse a ter na consciência a juventude.
Chegando ao fim da música, a galera pulava alucinada. Pedia mais, mais e mais. A organizadora do evento, um festival de rock raro na cidade, deu um sinal, dizendo que poderiam tocar mais uma.
Quando estavam para começar, um grupo de policiais militares interrompe a festa e ordena que o equipamento de som seja desligado imediatamente. Empurrando, sem qualquer delicadeza, a platéia, eles vão até o palco, discutir com a organizadora:
- Mocinha, vocês estão importunando o sossego público.
Sem que eles vissem, um dos produtores do evento ligou uma câmera e a conectou no notebook.
- Não estamos não, senhor. Temos as licenças necessárias, o local é até afastado de outras residências...
- Uma moradora ligou 190 e reclamou.Um outro policial comentou:
- Se ainda fosse música que preste
A organizadora do evento fez uma careta e retruca:
- Os shows sertanejos, no centro da cidade, passam das duas da madruga e podem. O nosso festival no cú do mundo, às 11 da noite, com música controlada não? Independentemente do gosto musical do oficial ali, nós podemos e vamos continuar o show.
O policial agarra a garota pelo braço e a puxa com violência e em um tom agressivo diz:
- Olha aqui...
Antes que as coisas piorassem, o produtor saltou e gritou com sarcasmo:
- Olá, senhor policial. Diga um oi para toda as pessoas conectadas ao nosso blog agora. O senhor está sendo filmado.
Outro policial fez um movimento em direção à câmera, com ímpeto de quebrá-la, mas um terceiro PM o detém e com um sinal com a cabeça chama os companheiros para a saída. A galera vaia os garantidores da ordem.
Depois que os policiais saem, surge um silêncio constrangedor. Um ou outro começa a se dirigir a saída. Alguém no palco murmura que era melhor não continuar, para não arrumar mais confusão. A garota que enfrentou os policiais comenta com o produtor:
- Acho que isso esfriou a festa. O festival vai terminar como um fiasco.
O guitarrista estava explodindo por dentro. Acessava sites de esquerda na internet, lia Marx, Lênin, vibrava com as greves na Grécia e os discursos do Chávez na TV. Nunca enfrentou, entretanto, a polícia. Não havia DCE ou CA na sua faculdade. Nunca agiu em prol daquilo que acreditava e via que, naquele instante, aquilo podia mudar e, para melhorar, usando sua melhor arma: a música.
Fez um sinal, pedindo o volume máximo do som. Pegou o microfone e começou a falar:
- Amigos, poucas vezes temos oportunidades como essa.  Vivemos em uma sociedade produtora de marginalizações, preconceitos e pobreza, material e de espírito. Uma sociedade capitalista, opressora, que silencia vozes e canções. Só que na maioria das vezes, essa sociedade opressora faz isso de maneira velada, não dando oportunidades para expressar nossa música, nos rotulando de “noiados”, “drogados”, “vagabundos” e quando reagimos, dizem que é paranóia da nossa cabeça, que existem momentos para nos apresentarmos, que a vontade da maioria prevalece... Algumas vezes, no entanto, eles mostram sua verdadeira cara. Hoje, aquela meia dúzia de policiais despreparados tentou nos intimidar. É hora de responder, companheiros. É hora de mostrar o quanto a juventude pode ser rebelde. É a forma de fazer isso é fazer desse festival um sucesso!
A galera gritava animada. A organizadora do evento batia palmas.
- Em homenagem a esse festival e ao mundo diferente que construiremos, quero tocar com a banda Charagua, de um revolucionário chileno, que com sua voz e violão fez o que fazemos aqui, tocou e cantou as mazelas desse mundo e homenageou o mundo novo que vamos construir.
Com o ritmo do rock, eles tocam a música do cantor chileno. Apesar de instrumental e com uma batida mais suave que as canções interpretadas até então, a apresentação agradou e o festival continuou.
Já fora do palco, o guitarrista é abraçado e saudado pelos produtores do evento e em especial pela garota responsável pela organização do evento:
- Victor, você foi demais! Eu achei que o festival já era, que tinha virado merda. O pessoal já tava pronto para ir embora e não saiu ninguém depois daquele discursão á lá Che Guevera.
- Você também tocou o terror, Joana.
Os dois vão para o meio do público, entre beijos e embalados por um pop rock. Dali em diante, fariam muita coisa, seriam muita coisa.
Victor pensou, antes de apagar todos os pensamentos que não fossem voltados para Joana, que aquele dia talvez seria lembrado como o mais importante da sua vida. 

Desenho - Jão



Conheça mais do trabalho de Jão em:

Entrevista - Walled Garden


Em sua formação original, a Walled Garden contava com Emerson (guitarra e vocal), Erlan (bateria), Izidoro (baixo) e Alberto (guitarra). Com a saída de Emerson, Leandrinho assume os vocais por uma apresentação da banda fora de sua cidade natal. Logo em seguida quem ocupa seu lugar é Arthur (Sapão). Assim se resultou a banda em sua formação mais explosiva. Prestes a finalizar suas composições próprias, a Walled Garden promete para breve seu aguardado disco de estréia. O que ‘começou como uma zoeira, acabou por se tornar um projeto sério’, afirma Izidoro.

Em quê essa alteração na formação mudou na ‘fórmula’ da banda?
Izidoro: Bom, a banda foi amadurecendo com o tempo, e tínhamos a necessidade de ter gente na banda com mais compromisso. Depois do show em Ituiutaba fizemos uma reunião e decidimos que não dava mais. Cara, a nova fórmula é forte (risos). Hoje eu acho que temos a mesma idéia, o mesmo objetivo. Temos diferenças, é claro, mas acho que elas só nos fazem crescer!
Erlan: Mudaram as visões da banda, a direção. E acho que melhorou tanto em questão de composição quanto de covers.

Para quem não os conhece, tentem descrever a origem de cada timbre e batida de sua música, e como cada integrante ajuda na mesclagem dos elementos?
Erlan: Nossa música tem muita influência de Hard Rock e de várias bandas setentistas e grunge. Acho que a mistura disso tem sido bem relatada nas nossas composições que futuramente estará disponível na nossa demo. E penso que cada integrante traz uma influência diferente, nós todos temos influências bem diferentes, então a gente tenta mesclar isso pra fazer um som mais a nossa cara.
Izidoro: O que eu mais gosto é de compor, e na Walled Garden foi muito espontâneo esse lado, por que cada um tem sua personalidade e influências, então a gente se achou muito rápido e isso foi o que mais ajudou no produto final.

Porque fazer música, e não qualquer outra coisa?
Erlan: Porque a música é uma paixão em comum de todos, e nos reunimos pra tocar uma vez sem compromisso, a interação de todos foi muito boa e muito rápida, então juntamos a diversão e a vontade de um dia viver de música e começamos a levar a sério. Acho que tem que haver acima de tudo a diversão; se é divertido a coisa funciona bem melhor.
Izidoro: Por que ta no nosso sangue, cara. Quando você começa a gostar de rock, você quer aprender, tocar, mas não são todos que tem aquela vontade de levar a vida assim, já nós sim. Já até discutimos muito disso, o que é preciso quando se quer algo sério.

Qual a relação pessoal de vocês com outros estilos além do rock?
Izidoro: Bom, eu gosto de muita coisa aí que não é rock. Mas eu gosto de música, cara. Não me venha com uma merda aí dizendo que é música! Eu fico puto com isso. Hoje em dia trocaram o profissionalismo com um comércio, uns compram música, outros vendem, isso faz com que o valor da música seja perdido, ou trocado por dinheiro!

Quais as referências musicais de cada um em seus respectivos instrumentos?
Erlan: Minha referência é Jhon Bobam, Dave Grohl, Sean Kinney, Taylor Hawkins, Matt Camaron, Roger Earl, e por aí vai...
Izidoro: Adoro o Geezer Butler, o cara é muito bom no baixo. Mas meu jeito na hora de compor é diferente, por que eu sempre quero fazer algo de diferente que seja legal. E personalizar da forma mais Lucas Izidoro que eu conseguir! (risos).

Qual a experiência de cada um de vocês com a música, já tiveram (ou têm) outras bandas além do Walled Garden?
Erlan: Acho que todos nós já tivemos outra banda. (risos) O Sapão cantava em barzinhos, eu tinha uma banda com o Emerson, o Izidoro ficou um tempo numa banda trash, o Alberto esteve em outra banda também, então já estávamos acostumados com essa coisa de banda, ensaios e tal.
Izidoro: Toquei algumas coisas; Hard, rock nacional... Na minha última banda, que não durou muito, nós tocávamos Thrash/Death Metal, e tinha um nome que era provisório, Selfdestruction. Foi legal, não tinha covers, mas por algumas circunstancias deu certo! Hoje eu tô, além da Walled Garden, com o grande músico Diogo Vidal, com a banda de rock nacional e toco na orquestra de Flautas da UEG, e em um projeto sinfônico tocando violoncello... E tenho um projeto solo que mais pra frente revelarei. (risos)

Aproveitando a deixa sobre as bandas em que tocaram, como vocês vêem a cena na época em que começaram e como está atualmente?
Erlan: Antigamente a galera era mais unida, tinha mais vontade de fazer as coisas acontecerem.  Hoje tá tudo muito disperso, ninguém liga pra nada. Não se importam muito em deixar o espírito de união e de eventos e encontros pra curtir um som acabar.

Mas você diz em termos de “sociedade de encontros” ou de um grupo que se presta a algo?
Erlan: Sociedade de encontros! Antigamente a galera toda se reunia nos finais de semana, hoje quase não se vê ninguém, e quase ninguém tem iniciativa pra promover eventos pra galera que curte. Isso ficou apagado durante um bom tempo. Foi por esses tempos agora que começaram os eventos, e espero que não parem mais.

E qual o papel da Walled Garden nessa mudança do cenário musical?
Erlan: A Walled Garden tem tentado se manter sempre presente em tudo, tanto tocando em shows quanto auxiliando na organização. O primeiro Rock in Roça que teve, acho que nem esse nome era, o Izidoro que ajudou na convocação de bandas e algumas outras coisas, e sempre levando o nome da banda.

A banda, recentemente, abriu o Workshow do Hangar (banda de Aquiles Priester, ex-Angra). O que esse Workshow mudou na forma de ver e ouvir música de vocês?
Erlan: O Workshow mostrou que mesmo depois de algum tempo de carreira pode haver uma grande mudança na banda, digo isso porque o novo disco deles ficou uma coisa bem diferente do que costumava ser o som da banda, e em temos de ouvir acho que tiramos o maior proveito lembrando que sempre é bom buscar novas influências, novos experimentos pra música.
Izidoro: Bacana destacar isso, cara. Na verdade mudou na forma de trabalhar. Eu tava lá desde a passagem de som até o final do Workshow, e acabamos tirando um exemplo de profissionalismo e bastante disciplina, mesmo eu achando que a disciplina fica a desejar!

E, claro, como foi abrir o show pra uma banda de maior projeção como esta, e como surgiu o convite?
Erlan: Abrir o show pra eles teve uma grande importância pro nosso currículo. É sempre bom você ter o privilégio de abrir show pra uma banda já concretizada no cenário musical. Bom, não foi bem um convite. Chegamos de intrusos (risos). Quando ficamos sabendo que eles viriam tocar aqui, eu insisti com o Izidoro, pra que a gente tentasse abrir o show deles, aí resolvemos tentar. Deu muito trabalho. Chegou no dia o povo da banda disse que ninguém tinha falado pra eles de banda de abertura (tínhamos falado até então com os organizadores). Aí o Izidoro que tem mais tempo disponível conversou com o Aquiles, deu trabalho, mais ele acabou conseguindo, e então fomos tocar lá.
Izidoro: De primeira, a produção fez sacanagem com a gente, pra variar. Daí o que estava planejado foi tudo por água abaixo. Foi meio improvisado por causa do espaço, do local, e até acabou atrasando. Mas foi muito legal, estávamos estressados, mas quando começamos a tocar aí compensou tudo. O melhor foi que quando tudo acabou, os 5 (da banda) e o mesário vieram parabenizar a gente e pegar contato da gente. Foi bacana!

Como é um show do Walled Garden? O que o público pode esperar ao ir a uma apresentação de vocês?
Erlan: Podem esperar um show bem animado, e com um repertório diversificado. Estamos sempre com muita energia pra transmitir ao público.
Izidoro: Bom, podem esperar um repertório e uma presença suicida. E podem esperar as nossas músicas que estamos finalizando e sairá em breve. As músicas escolhidas são mais pesadas, com bastante pegada e riffs. E quando as músicas saírem, os nossos shows não faltarão mais nada. Vamos levar coletes salva-vidas, glicose... (gargalhadas) Brincadeira!

Obrigado pela entrevista. E pra finalizar, sintam-se livres pra deixar seus contatos, recados ou desabafos.
Erlan: Galera, estejam presentes em nossos shows! Contato: 9289 – 9629. Beijo na bunda.
Izidoro: Valeuzão aí pela entrevista. Bom, peço para que a galera daqui da cidade acompanhe a banda pelo Orkut, comunidade (e-mail: walledgardenband@hotmail.com ). Em breve estamos com o myspace pronto, e pedimos pra galera acompanhar aí que a banda ainda tem muito o que mostrar. Abraço e sucesso pra galera do Fanzine Overdose Cultural. Tamo junto. Obrigado!

Do por quê - Carla M.

Todos buscamos um sentido na vida.
Sentimos?
Não sabemos quando vai chegar.
Nem se este existirá.
E então vivemos sem sentido, sem saber como viver.
E passamos a buscar um sentido para o que esta fora de nós.
E dentro?
Como uma tentativa inconsciente de mascarar o sentido primordial que buscamos.
O sentido de nossa própria vida.
De nossos sonhos, de nossas próprias buscas, de nosso choro.
Que por muitas vezes se fazem pela busca desse sentido.
Porque você se esconde de tudo... e.
E cada dia passa e você vive, às vezes se esquece disso, mas à noite cria, sonha e imagina mundos, momentos não vividos.
Mas que existem dentro de você.
Mas então você não quer viver e nem imaginar mais esses mundos e momentos.
Porque sabe que eles não existem.
Só existem enquanto ali.
Depois não foi nada, você jogou, entregou, entrega.
Mas sabe que nada poderá ser.
Talvez nada seja.
E você abre os olhos e ainda assim imagina acordada.
Sonha acordada, e desses devaneios se fazem o combustível para toda a vida.
E já não e possível mais entender.
A mente impede que se encontrem palavras para transmitir o que ela sente.


Carla M.

Quadro Pirografado - Luís Antônio



Quadro pirografado do artista plástico Luís Antônio.
Saiba mais sobre o autor e sua arte em:

Você tem algo a dizer? - Karina Oliveira


Você tem algo a dizer? Digo, tem realmente algo a dizer? Algo que mereça ser ouvido, que mereça ser lembrado? Tem? Merece o tempo gasto com suas palavras? Sabe o que diz? Diz por dizer ou tem algo a mais? Acrescenta algo? Sabe de algo? Oferece algo pelo tempo alheio roubado? Suas palavras são em vão? Escolhidas ao acaso e jogadas aleatoriamente? São verdadeiras? São suas? São você? Você pertence a elas ou elas a você? Você sabe? Já parou pra pensar? Sabe o que pensa? Pensa? Diz? Sabe o que diz? Diz o que quer? Ou o que é necessário? Diz o que pensa ou o que os outros dizem? Reproduz? Inventa? Cria? Vomita palavras? Entende o valor do silêncio? Então volto a perguntar: Você realmente tem algo a dizer? Que mereça ser ouvido, que mereça ser lembrado?

Sonhos Indomáveis - Erlan

Minha alma se solta ao ver estrelas no céu
meu coração dispara em meio a lua no mar
e a sensação palpitante em meu peito
tão intensa quanto as chuvas de verão

Indelicado como as pumas em seus dedos
os colares vazios em diamantes
subindo pelas mares de sonhos indomáveis
nada restou,apenas tempo pra tentar

Eu penetrei o lar em seus olhos
desci tão fundo pra tocar sua alma
escolher os detalhes mais lindos
deixados ao lado do sol

As nuvens se movimentam no céu
tão docemente quanto os algodões de açúcar
em um beijo da noite estrelada
acariciando o fim da tarde
                        Erlan Alves

sexta-feira, 29 de julho de 2011

     É de conhecimento geral que a cultura em Itumbiara não é prioridade, sendo os artistas esquecidos e menosprezados. Quem escolhe fazer arte, seja por profissão ou passatempo, enfrenta uma grande dificuldade tanto por falta de apoio financeiro quanto por falta de local. Tendo conhecimento disso, buscamos fazer desse zine/blog um meio de divulgar e unir esse grupo artístico, de modo a possibilitar uma interação e por fim um forte movimento cultural e artístico local.

      É de nosso intuito a publicação de materiais cujo cunho seja artístico ou cultural, sendo assim livre a criação artística quanto à sua forma e conteúdo. O blog, assim como o zine, é feito de contribuições.  Não é de intuito do blog/zine defender quaisquer pensamentos políticos ou artísticos senão a liberdade de pensamento e criação.  Você também pode colaborar com esse registro cultural Itumbiarense enviando-nos criações artísticas de autoria própria; seja em forma de literatura, fotografia, cinema, pintura, música, dança, teatro, histórias em quadrinhos, desenho, entrevistas, crônicas, resenhas, etc.

Obs.: Fica como critério o bom senso, sendo evidente que certos conteúdos de caráter racista, sexista ou homofóbico não serão publicados.